domingo, 23 de dezembro de 2012

***SENTIMENTOS INTERIORES *** poesia






 
                        ***SENTIMENTOS INTERIORES ***

                                       I 

Quando por fim, volto os olhos
à mirar-te,

depois de haver estado, toda
divertida..

Neste caduco mundo, onde tudo
é arte,

volta à mim a minha sina
entristecida...

Então, sem achar repouso em
outra parte,

para ti me volto indefesa, toda
espavorida..

Qual uma pequena menina que
à toda hora,

de sua mãe a ausencia sente..
 e pela ausencia chora...

I I 

Possuida que fica, de mágico
pensamento,

a alma expele de si mesma, vivas
centelhas...

E aspira então, com tal força o
Seu centro,

que se pode ver num só ponto,
mil estrelas.

São astros de forma sutil, em todo
o firmamento,

feitos só de amor, com formosíssimas 
parelhas,

trazendo corcéis de luz, em mágico
movimento,

à busca de você, meu amor;
              E meu tormento... 
             
I I I 

Com terno sentimento, vivo eu
  suspirando,

e entre doce gozo, dividida, 
mesclo e choro..

Amorosas querelas que vão se
derramando,

oculta de ti e sofrendo muda, pois
eu te adoro...

Peço-te que me abraces.. e digas
até quando,

até quando, uma questão que suplico,
imploro,

pensas me deixar nesta vida tão
trespassada

e em vãs ficções  que nunca me
 levarão à nada...

IV

Como um peixe, a quem retiraram 
seu elemento,

sem ti eu morro, vou expirar,
mui certamente...

Estimando mil anos, o passar de
um momento,

destes que tenho, quando de tí
estou ausente,

me benzo e oro quando ocorre 
este tormento.

O amor que me alimenta, toda
esta dor sente.

Uma dor que é terrível, tão
atrozmente sentida,

que não creio feneça nunca, jamais
será esquecida...

V

E pois.. de mim te escondes e
te ausentas;

como se eu fora uma inimiga
declarada...

Muitas vezes, formulei para ti
mil reprimendas,

mas não passei, mesmo estando
tão cansada...

Só não quero mais sofrer, te peço, 
me entendas,

pois também aqui estou, triste e
desconsolada...

VI

Sei que tens  te deliciado nas noites, 
com outro fruto...

Então, meu querido e rude amor,  que 
cobra muito  e muito por nada...,

te desejo mil venturas,e agindo de
modo arguto;

mudo de rumo, mudo de vida,
mudo minha estrada..

MariaAntonietaRdeMattos.

junho de 2001

*** UM ANO MAIS... *** poesia







 
 
 
 
 
*** UM ANO MAIS... ***

I

Um ano mais... seus passos
 apressados...

Um ano mais... nos une e nos
separa...

Um ano mais.. seus limites
apertados...

Um ano mais... seu término
vem e declara...
                                II                                

Um ano mais... dilui sua
amargura...

Um ano mais... seus presentes
nos depara...

balançou um berço, abriu uma
 sepultura...

Um ano mais... que com justiça
 avara

                                       III

Oh! doce amigo, cuja mão
clara;

em cifra de carinho e de
ternura,

a minha tantas vezes
estreitara...

                                       IV

Um ano mais o vínculo
assegura;

de sua nobre amizade, alta e
preclara,

Deus que o outorgue pleno de
ventura...

MariaAntonietaRdeMattos.
novembro de 2007

***VIVER SEMPRE SONHANDO*** poesia

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***VIVER SEMPRE SONHANDO***
I

A existência é um céu de  anil
e branco,

quando a alma, sonhando
embelezada,

com amores constrói um viver
mais franco 

e nos anjos fixa, para sempre,
sua morada...
II

Feliz aquela  alma, que da terra
se esquece,

para viver seus dias por aqui,
 só gozando!

Assim se pudesse olvidar a vida..
até parece..

O destino de cada um, jamais
nos esquece.

Ah..se eu pudesse, viver sempre
 sonhando..

III

E vivendo nessa estreita e misera
morada,

por vezes é um sonho enganoso
a alegria.

A glória na maioria das vezes, é
húmus e nada

E o mais puro amor, torna-se glória
de um dia...

IV
O afã eterno deste plano, o coração
sempre derrota,

quando os sonhos..Ai.!. todos eles
vão se acabando.

Fica a ironia da realidade, e é bom
que se tome nota,

pois só resta como real, aquilo o que
 do sonho brota...

Ah..se eu pudesse, viver sempre
sonhando...

V

De sua divina missão, as mulheres
 sempre se esquecem...

Os homens então, vivem entre sí
em perpétua guerra,

não existe amizade nem alegrias,
 todos eles fenecem...

Tudo que se passa, acaba sendo
mentira na terra...

VI
Suspira meu coração, que se rebela
só e, inutilmente,

na existência desta vida sem fim que
 sigo atravessando...

Ela é formosa apenas em sonhos, única
 e tão somente...

Ah..se eu pudesse, viver sempre
 sonhando...

VII

Sem olhar para o semblante,roto e
amargo da tristeza,

passei da inocente meninice, vivendo
 em doce aurora,

contemplando este mundo, entre sonhos
 e a.. beleza,

de ardente juventude fascinadora, esta
que se foi agora...

VIII

Mas..Ai!.. se dissipou no pó,este meu
 sonhar formoso...

E desde então, eu me vejo sozinha, 
sempre chorando...

Como já disse antes, só aquele que
 sonha é venturoso...

Ah..se eu pudesse, viver sempre
sonhando...

MariaAntonietaRdeMattos.
maio 2005

*** SOMBRA... *** poesia







*** SOMBRA... ***
I
Quem sois.. diz, sombra
errante,

que sempre me segues
pertinaz.. 

Diz-me o que é que você
faz,

e porque estás sempre
adiante?

II

És por acaso, a tal memória
estuante,

vinda de outros longínquos
Vahallas?

Quiçá ao engendrar-te heróico
desejo,

com meu próprio ser então
 batalhas?

Porque; sem saber nada do
que falas,

em toda parte que olho,
 sempre te vejo?

III

Serias talvez, o éter
desprendido,

de primeva  região
impalpável, 

que por um mandato
inexplicável,

em fantasma acabou 
convertido?

IV

Ou quiçá de meu choro
 vertido,

o vaporoso e etéreo 
ardimento

finge tomar uma forma
no vento;

forma que amo e me
acovarda?

Serás enfim meu anjo
da guarda;

e possivelmente o 
arrependimento?

V

Quando nas noites, os
seu mares,

de sombra e magia, na
 terra verte;

em meu leito sozinha,
caio inerte,

pensativa e nutrida de
mil pesares...

VI

Adentrando então, em
nossos lares,

Em inusitadas horas 
tu apareces...

E sem demoras tomas forma,
cresces;

Me acordas, pulo, como
uma louca,

para ver tua sombra ficar
tão pouca,

que então te extingues, 
desvaneces...

VII

Povoas minha extraviada
fantasia,

com indistintas formas
primevas...

Tu és a luz, bruxoleante
nas trevas; 

e também a sombra, na
luz do dia.

VIII

Inspiras até mesmo uma
doentia,

paixão que a mim causa
espanto...

Porque, retroajo até o campo
 santo;

onde a recordação é para mim
 um mal...

Uma triste e sofrida história
criminal,

Que santificou pra sempre
meu pranto!

XI

Te adoro, sombra sublime e 
impossível;

imagino-te lá do meu leito...
E você veio..!

Mesmo a mim que em nada,
 jamais creio,

Ele que projeta a sombra
 da alma adorada

e espanta, 
o etéreo espectro incrível...

X

 
Porque não tens, Ai!.uma forma
 tangível?

Oh, tu que mostras a esta
infortunada,

aquele que nos sonhos sempre
tomba?

Porque não me transformo
em sombra,

Para fundir-me para sempre,
em teu nada?

XI

Esta sombra silente, reflexo de
meu amado,

existe aqui comigo, a lumiar
languidamente,

tal como brilha pálida, uma
luz iridiscente,

provinda deste imenso céu,
 todo abobadado.

XII

Porque em meu olhar de audaz
fantasia,

vives trazendo memórias
 do passado?

Quem poderia em sã consciência
crer

que entre as brumas do sono
que tenho

Amaria com loucura, com tanto
empenho

A um ser imaginário que não
pode haver?

XIII

Te vejo algumas vezes, em uma
flor amarela...

Em outras, estás numa estátua
marmórea...

Em outras mais, pareces uma visão
incorpórea,

refletida na lua, vista das grades
 da janela...

XIV

Até como a tênue luz, emitida por
uma vela;
finalizas outras, como estes
possantes

raios de sol, que
 anelantes,

entram afoitamente adentro,
pelo balcão...

Se desfazem lindamente, refletidos
no chão,

num universo, cheio de átomos
brilhantes..

XV

Te adora quase que
intuitivamente...

De ti cuida quando estou
dormindo...

Anseia por tua volta; serás 
bem vindo,

para meu espírito que é tão
 carente...

XVI

Traga a mim tua forma
transparente;

e oxalá eu jamais, em eões 
lamente,

que tua presença, por mim
exaltada,

termine de novo em verter
evaporada...

Meu amor, o que quero ao
 fenecer

é dar a ti o nada.. nada de
meu ser,

ou ser contigo talvez o nada...
nada!..


MariaAntonietaRdeMattos.
 
abril de 2004