***SENTIMENTOS INTERIORES ***
Quando por fim, volto os olhos
à mirar-te,
depois de haver estado, toda
divertida..
Neste caduco mundo, onde tudo
é arte,
volta à mim a minha sina
entristecida...
Então, sem achar repouso em
outra parte,
para ti me volto indefesa, toda
espavorida..
Qual uma pequena menina que
à toda hora,
de sua mãe a ausencia sente..
e pela ausencia chora...
I I
Possuida que fica, de mágico
pensamento,
a alma expele de si mesma, vivas
centelhas...
E aspira então, com tal força o
Seu centro,
que se pode ver num só ponto,
mil estrelas.
São astros de forma sutil, em todo
o firmamento,
feitos só de amor, com formosíssimas
parelhas,
trazendo corcéis de luz, em mágico
movimento,
à busca de você, meu amor;
E meu tormento...
I I I
Com terno sentimento, vivo eu
suspirando,
e entre doce gozo, dividida,
mesclo e choro..
Amorosas querelas que vão se
derramando,
oculta de ti e sofrendo muda, pois
eu te adoro...
Peço-te que me abraces.. e digas
até quando,
até quando, uma questão que suplico,
imploro,
pensas me deixar nesta vida tão
trespassada
e em vãs ficções que nunca me
levarão à nada...
IV
Como um peixe, a quem retiraram
seu elemento,
sem ti eu morro, vou expirar,
mui certamente...
Estimando mil anos, o passar de
um momento,
destes que tenho, quando de tí
estou ausente,
me benzo e oro quando ocorre
este tormento.
O amor que me alimenta, toda
esta dor sente.
Uma dor que é terrível, tão
atrozmente sentida,
que não creio feneça nunca, jamais
será esquecida...
V
E pois.. de mim te escondes e
te ausentas;
como se eu fora uma inimiga
declarada...
Muitas vezes, formulei para ti
mil reprimendas,
mas não passei, mesmo estando
tão cansada...
Só não quero mais sofrer, te peço,
me entendas,
pois também aqui estou, triste e
desconsolada...
VI
Sei que tens te deliciado nas noites,
com outro fruto...
Então, meu querido e rude amor, que
cobra muito e muito por nada...,
te desejo mil venturas,e agindo de
modo arguto;
mudo de rumo, mudo de vida,
mudo minha estrada..
MariaAntonietaRdeMattos.
junho de 2001