quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

AMIGAS... homenagem...







      
 AMIGAS...
São coisas pra se guardar no lado esquerdo do peito...
Vera, onde você estiver, esteja em paz, com Deus...

Até algum dia...







*** VOCÊ... II *** poesia








 *** VOCÊ... II ***
    Que radiante tua face
branca e tranquila,
sob o docel que teus cabelos
arredonda...
Que abismo profundo est
em tua pupila,
pérfida e azulada
como toda onda...
IINo fulgor meio  sonolento
que se destaca
em teus olhos
onde existe  um reprovar;
vem como o olhar
que  uma estrela emplaca,
em um céu enegrecido
da noite ao começar...

III
Teus lábios vermelhos
onde a abelha sacia;
sua sede de mel,
de aroma e de  desejo...
foi toda modelada
pela graça que anuncia,
serem eles mais para oração
que para o beijo...

IV
Tua voz que ora é aguda
e ora é grave
e cheia de carinho soa
linda em meu ouvido...
É como o saudar mavioso
  de linda ave
agradecendo ao sol
no dia recém nascido...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
http://mariaantonietta.multiply.com/
   mariahantonieta2003@yahoo.com.br

abril de 2008

*** EU QUERIA... *** poesia




                                             


*** EU QUERIA... ***
I
Ah como eu queria
derrotar essa distância,
esse abismo teimoso e  fatal
que nos divide...
Queria embriagar-me
de amor e fragrância,
Deixar de lado meus medos
e relutância;
pela mística  pura que
em teu ser incide...
II
Eu queria ser apenas
um de teus laços;
um que usasses para reter
teus cabelos...
Eu queria em pleno céu
dos teus braços,
beber da glória que é ter-te
por modelo...

III

Queria ser o linho
presente em teu leito,
e lá na escuridão, com ardor,
te cobrir...
Tremer junto aos tremores
de teu peito,
insinuar-me em meio
a teu corpo perfeito;
morrendo de  prazer então
ao te comprimir...

IV 
Ah...Mas  eu queria  ter
muito mais..Quisera,
levar-te como o raio
é levado pela nuvem...
Mas não exatamente como o é
na quimera;
pois se separam logo
que as oportunidades surgem

V
Eu queria, sabe,
em mim mesma te confundir...
Confundir-te em mim mesma
e  te entranhar...
Eu queria em nuvens de perfume
te aspargir,
e enquanto meu ser
 neste plano existir,
serei refém de tua fragrância,
onde ela pousar
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** DESABAFO II... *** poesia





                                          

*** DESABAFO II... ***
I
Sempre tão néscios
andais,
que mostro em desigual
papel;
a uma culpais como
cruel
e à outra por ser fácil
culpais

II

Como poderá estar
animada
a que o vosso amor
pretende?
se aquela que é ingrata
ofende
e aquela que é fácil
enfada?
III
Mas... Entre o enfado
e a pena,
que vosso gosto está
a querer;
haverá aquela que
vos faça sofrer,
quando no melhor
deixar a cena...

IV
Que culpa maior
pode ter tido e
m
uma paixão toda  
errada...
Aquela de nós
que cai de rogada;
ou a que roga por
 ter caído?

V 
E... a quem é mais facil
culpar,
 sendo duas faces da
mesma chaga...
Aquela que peca pela
paga,
ou aquele paga para
pecar?

VI

Aí está...
Então não se espantem,
pela culpa que afinal
todos tem...
Mais fácil se persignar
e dizer amém...
Deixar que nos céus
os anjos cantem...
VII
Homens néscios
os que no fundo,
nos vêem assim com tal
arrogância...
pois de promessas e toda
instância,
agem todos como se
fossem  crianças,
misturando o diabo, a carne
e o mundo...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** DIÁLOGO NO ESCURO *** poesia








*** DIÁLOGO NO ESCURO ***

I
Não busco a verdade,
mas persigo;
sua estrela cativante,
o manuseio...
O que é réplica infiel
do que eu creio,
e fugidio fulgor
de tudo quanto digo..
II
A verdade absoluta
sempre é  castigo,
que talvez não mereça
  meu desejo...
sua ausência é como
um lampejo
que desvela a  angústia 
que maldigo...
III
E aqui fico
com a flor de toda pergunta,
aspirando de seu aroma
sem resposta;
deixando que fale  o silêncio,
apenas...

IV 
E ao sentir então  
que a lágrima ajunta,
a verdade como se fora fogo
me tosta...
Ela vem e me arrasa,
conheço estas cenas...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008 
 

*** GRAN FINALE... *** poesia




 

*** GRAN FINALE... ***
I
Débil ser mortal, não vá te
assustar
minha obscuridade ou meu
nome...
Em meu seio todo interesse
some,
num término para qualquer
pesar...
II

E sendo muito compassiva
te ofereço
longe deste mundo ruim
um asilo...
Nele e em  minha sombra
tranquilo,
poderás dormir  até novo
 recomeço...
III
Sou a ilha de repouso do que
cansou
em meio a este oceano feito de
vida...
Aqui o marinheiro se esquece, se
olvida
Da terrivel tormenta por que
passou... 
Sou rotulada como a virgem
misteriosa,
toda a razão de ser dos últimos
amores...
Eu  ofereço à todos um leque de
flores
sem a presença de espinhos e
sem dor...
IV

Amante intensa, dou todo meu
carinho
sem uma   falsidade ou sequer
revelia...
Não irei te dar prazer ou mesmo
alegria,
porém saibas ser eterno o meu
amor....
V

Em meus meandros a ciência
emudece,
em mim se concluem todas as
 dúvidas...
Aquelas claras, áridas ou as
desnudas,
é que em mim habita somente
a verdade...
Vem então ver a  vida e saber da
 morte
desde a do sábio erudito até o 
monge arcano...
É só você já estar aqui ao se
abrir o pano,
que oculta das vistas a porta
da eternidade...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008


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*** OS AMANTES... *** poesia




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*** OS AMANTES... ***
I
Veja em sombras o quarto,
e no leito,
desnudos entre sons  
murmurantes;
a luta viva que envolve
os amantes;
boca com boca e peito
com peito...

II 
Se se faz ainda  apertado
o nó estreito,
volteando perdidas as mãos
delirantes,
suspendendo-se o alento
uns instantes;
e temos o nó sexual
então desfeito...
III
Uma desordem de roupas
e  almofadas,
duas pálidas cabeças exaustas
e cansadas,
dizendo palavras soltas,
meio indiferente...
IV
Um pouco de fome, um pouco
de tristeza,
um infantil sorrir com desejo
de pureza;
e um vago odor qualquer
no  ambiente...

MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** TANTOS CANTEIROS... *** poesia




                                           


*** TANTOS CANTEIROS... ***
I
Tantos canteiros
existem naquela casa,
tantos e neles
não há uma única flor...
Seus moradores
amigos, que lhes passa;
odeiam ao perfume, 
ou  porventura a cor?...
II
O escuro cimento desnudo,
triste de fobia;
é evidente e dá
um toque frio aos balcões ...
Será que não existe
naquela casa uma guria,
moça apaixonada, diria,
e boba por ilusões?...
III
Ninguém deseja ver
refletido nos cristais,
uma diminuta cópia
da imagem do jardim?
E entre pedras brancas
subir os roseirais,
enquanto viceja todo lindo,
um  doce jasmim?
IV
Se não amam as plantas,
não amarão à ave,
não saberão de músicas
e rimas de amor...
Ah...Não se ouvirá um beijo
ou nota de clave...
Tantos canteiros 
e nenhuma flor...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008


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*** ANDO PERDIDA... *** poesia





                                    

*** ANDO PERDIDA... ***
I
Ando perdida amor,
entre toda esta gente...
Sem você, sem mim,
sem Deus e sem vida...
Sem você porque não és
por mim servida,
e sem mim porque não tenho
você presente...
II
Sem ser, porque de você
estando ausente,
no existem coisas
que em mim não feneceu...
Sem Deus, pois minh'alma
Ele esqueceu,
por estar te contemplando
continuamente...

III  
Sem vida porque
mesmo que seja eu vivida;
cem mil vezes melhor pra mim
 morrer agora;
que ter esta dor tão
estranha e tão  grave ...

IV

Estou presa em você,
minha doce querida...
e morta me sinto se você,
minha senhora;
me privar de tua presença
doce e suave...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008


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*** ADEUS... *** poesia




                                                



*** ADEUS... ***
I
Adeus para sempre, metade de
minha vida,
uma alma, tão só, tínhamos
nós dois...
mas hoje é preciso que esta
alma divida
a palavra adeus; o depois vem
depois...
II
Porque nos separam? Não
sabem acaso
que a vida passa como
passa a flor?
vivemos o mundo em tempo
e  à prazo,
depois somos nada, pra que
serve pois a dor?
III
A luta secreta de dois que
se adoram,
enoja aos céus, que as força
a sofrer? ...
São gratas somente as almas
que choram
ao turvo destino??... A lei então
é morrer!!...
IV
O que é o destino?... te jogas em
meus braços
e em minh'alma te imprimo
e fundo meu ser...
Mas que bárbaro... A vida me tira
a pedaços,
de alma e da vida ... Meu Deus...
Porque?
V
Então o adeus é preciso?... Não
chores e parte.
A luta em nos vermos está acabada
no mais...
Mas...Por um só instante deixar
de adorar-te;
fazer que te esqueça? Não poderão...
Jamais!
VI
 
Querida, com laços eternos
estamos unidos,
é em vão que o destino nos fere
aos dois...
Os amantes que se amam não
são esquecidos,
não temem distância e não
conhecem o adeus...
   MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** TERCETOS COM O POETA *** poesia




                                        


 
 
*** TERCETOS COM O POETA ***

I
 
Dizia- A terra de onde ví a primeira luz
na vida
é vizinha ao vale onde enfim
suspende,
a poeira fatigada, sua turbulenta
corrida...
II
O amor,  mesmo sem sentir, à alma
prende;
e a esta prendeu o dom, que
arrebatado,
se  foi de modo que mesmo aqui me
ofende...
III
Amor que obriga a amar ao que é dos
amados,
juntou-nos aos dois com uma rede tão
forte
que para sempre nós dois estaremos
ligados...

IV

Um amor que nos sorriu  com terrível
sorte,
e está à espreita desde então e
esperando
esperando o perverso dia da vinda da
morte...
V
E então, as palavras tão dolentes
analisando;
enclinei quieta sobre o peito minha
cabeça...
"Em que -disse o poeta- estás
pensando?"
VI
E respondi, movida que estava de
tristeza,
-" Ai de mim! Quantos diferentes
pensamentos;
quantos sonhos de amor virados em
torpeza
VII
eles conduzirão nos sempre  fatais
momentos"
E, voltando eu para este amor que tanto
exige
ao coração me chega lastimável teus
lamentos...

VIII  
E, de tal modo esta tua dor, poeta,  a mim 
aflige
que as lágrimas descem pelo meu
semblante
são ecos de tua  sofrida voz que a mim se
dirige...

IX
E, diz-me pois de que modo, em que
instante,
quando frágil e tão docemente
suspiravas
e no fundo da torturada alma tão
vacilante,
X
timido mesmo, teu desejo de paz
guardavas?
Vai e diga-me poeta, de que maneira
inesperada
revelou-se o amor, este que tanto
adoravas?
XI
Ele me respondeu " Fui um
desventurado"!!
Não existe mal mais agudo que nos
arrepia
que relembrar  o caos  perdido e
passado...

XII

Morreu o amor que em mim floresceu um
dia,
A morte o levou, amiga, para minha
desventura...
Sou eu um poeta que versa sobre  mal sem
cura,
que covarde procuro agora qualquer
companhia...
   MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** À PROCURA... *** poesia




                                               


*** À PROCURA... *** 

Buscava minha alma; com afã
tua alma,
buscava uma miragem na minha
frente...
Tocava os lábios desta miragem
docemente,
com a febre incontida e tão própria
do amor...

II 
Buscava pela paixão mais cálida
e de valor,
aquele amor que me visita desde
criança...
para repartir com ele toda
esperança,
para repartir com ele  meu
exemplo...


III
E como na sacra quietude de um
templo,
sem ver a Deus se percebe sua
presença...
Eu pressenti no mundo a tua
existência,
e, como com Deus, sem te ver te
adorei...

IV 
E pedindo sempre, sem parar
eu implorei,
pelo amor companheiro de minha
sorte...
Muito longe eu te ti...mas sentindo
forte
tua essência, meu amor eu
entreguei...

V

Sem saber teu nome e paradeiro, não
parei...
não sabia onde encontrar-te... eu
ignorava!
Mas tua imagem feito SOL na alma
estava,
muito mais como pressentimento
que ilusão...
 
VI
E apenas te olhei...E tú eras o meu anjo
então
eras a companhia ideal, meu premio e
troféu...
O espírito de luz com um olhar vindo
do céu,
digno de meu amor, meu coração
chorando...

VII

E na primeira vez que nossos olhos
buscando, 
olhares carentes e magnéticos se
cruzaram...
Sem querer as mãos também se
encontraram
e nos dissemos "Te amo" sem
hesitação...


MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** PAIXÃO... *** poesia




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***  PAIXÃO... ***
I
Fala-me! Que a voz divina,
eco que solta
 a lei sobre toda a terra sempre
me siga...
Com o ouvir de tua voz
nada importa,
só um desdém que teus
lábios maldiga...
II

Olha-me!! E teus olhares
me queimarão,
e eu tenho muita sede deste
olhar eterno...
Para ver teus olhos,  minh'alma
e coração
transformará o olhar em
celeste inferno...
III
Ama-me!! Nada sou... Mas a
tua destra
sobre minha fronte pálida
um instante;
pode fazer desta criatura tola,
modesta;
um ser de luz e dona de coração
gigante...
IV  
Tú  passas... e atrás  a terra
voluptuosa
se estremece toda de amor e
de cautela ...
Se enfeita a  árvore com copa
frondosa,
que se enclina ao vento como
sentinela...
V
Quisera serapenas  uma sombra
à vigiar-te
e  te ver dormir todas as  noites
tranquilas...
E travestindo de  aurora depois,
despertar-te
com um beijo de cálida luz entre
as  pupilas.
VI 
Eu, eu te daria...não sei.. não
tenho peias!.
—Poetas sempre são mendigos
na  terra-
Mas todo o sangue que arde em
minhas veias
e tudo de bom que a minha
mente encerra!
VII  
Mas...Não sou nada para ti. Se em
teus braços
a sorte louca e insensata me lançasse
um dia;
ao inimaginável  contato teria um
descompasso
e é provável que  meu pobre coração
explodiria...
VIII


Não... E nunca será para minha
negra vida;
este sonhar em luta de amor nunca
existe...
Eu só nasci para ter em minha
alma sofrida
tudo o que há de tempestuoso
e de triste...
IX
E quisera morrer... mas entre
teus braços,
com a embriaguez da paixão
mais louca...
E sentir minha vida se indo
no espaço
ao sopro dos beijos sorvidos de
tua boca...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** ENTÃO...*** poesia




                                               


*** ENTÃO...***
I
Jamais
com minhas lembranças, estarás só,
pois
eu viverei  sem cessar em tua presença...
Enquanto
sentir que em tí o amor é a essência;
enquanto
te amar ser a razão de tudo, o nó...
II
Enquanto
de dentro de teu peito os ardores,
deres
à minha imagem com carinhoso abrigo;
enquanto
me quiseres eu estarei contigo,
a rezar
por ti e esconder meus temores...
III
Sabes
quando na vida estarás só?
Quando
não me verás em tua presença?
Quando
o amor não for mais a tua essência;
quando
de mágoa por ti tudo der um nó...

IV 
Ai!...
Quando de teu peito nos ardores,
para minha
imagem não mais deres cálido abrigo,
quando
por mim não rezes e nem implores;
Ainda
assim...Tú estarás aqui...comigo...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** AMOR ETERNO... *** poesia




                                


*** AMOR  ETERNO... ***

    I
Ruge o mar,
que se encrespa, se agiganta;

a lua, toda
pura  prepara seu vôo ao léu...

E no
momento mesmo em que se levanta

dá um beijo
no mar seguindo rumo ao céu...
  II
E aquele
monstro indomável que respira

tempestades,
sobe, desce, volteia e cresce...

Ao sentir
o doce ósculo, apenas  suspira,

e em seu
cárcere de rochas se estremece...

   III
E durante
séculos e séculos perplexos,

eles sonham
de amor nas noites estivais...

Ela dá à ele
seus mais  límpidos reflexos;

Ele lhe
oferece suas pérolas e seus corais... 

  IV
Com orgulho
expressam seus amores,

estes
velhos amantes assim afligidos...

Ela dizendo
-Eu te  amo- em seus fulgores,

e ele atestando
que a adora em seus rugidos...
    V
Ela o
adormece com sua luz mais pura,

e ele
a arrulha com seu eterno grito...

Aproveita
e conta de seu afã e amargura;

com sua
voz que estronda em meio ao infinito...

  VI
Ela, pálida
e triste, o olha enquanto  sobe...

pelo escuro
espaço onde a luz lhe é rente...

E orando
ela pede, sem ter  jeito esnobe,

que Deus
oculte o duelo ainda à sua frente...

  VII

Pois compreende
que seu amor é todo  impossível,

e o mar 
sabe também em convulso abandono...

E se contemplam
  em bola de cristal terrível,

desde o enorme
 azul de onde ele tem o trono...

  VIII
Então, ao
descer atrás de uma serra marinha,

ela grita ao mar:
- Em teu fulgor me abraço!...

- Não desças
assim a tal ponto, estrela minha...

estrela de
meu amor...Detenha teus passos...
  IX
Um instante
contigo mitiga minha amargura,

já que com
tua luz sideral e divina me banhas...

- Não vás embora ..
Não vês tua imagem pura,

brilhar
divinamente em minhas entranhas?..

  X
Ao que ela
então  responde em louco temor:

- Eis que
meu vôo e morte aqui circunda...

Deter-me
já não posso meu grande amor;

compadeça-te
pois desta infeliz  moribunda...

  XI
Meu último
beijo, prenhe de paixão te envio,

meu  coração
apaixonado a eternidade vai  beijar...

E ...detrás
da serra, em meio ao escuro  vazio,

desaparece
em definitivo para não voltar...
  XII

E então
o mar, de uma ponta à outra ponta,

acalma suas
ondas ao ver  ser tola a braveza...

Imenso e
  desvalido, entende que não conta

lutar sozinho...
É apenas aumentar sua tristeza...
  XIII

E tudo se cala...
O mar  não mais  importuna

com seus
bramidos cheios de forte escarceu...

Mas sonha,
miserável, com a visão noturna,

da próxima
noite ter, de novo, sua amada lua no céu...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008

*** MESMA ALMA... *** poesia





                                             

*** MESMA ALMA ***
I
 
Vens até aqui,
e chegando te anuncias,
com tão leve rumor
que meu repouso;
não perturbas,
e é um canto milagroso,
cada uma das frases
que pronuncias...
II
 
E quando vens para mim,
nunca vacilas,
e ao nos olharmos,
a atração é tão forte;
que a tudo esquecemos,
a vida e a morte,
suspensas as duas
na luz de tuas pupilas...
III
 
E em minha vida
penetras como faz o vento
que penetra as frestas,
alma e pensamento...
Ao ser possuida por
tua beleza e tua calma,
IV
 
interrogo então
ao mistério de meu padecer;
se somos dois reflexos
de um mesmo ser,
a dupla encarnação
de uma mesma alma...

MariaAntonietaRdeMattos.
     
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abril de 2008


 
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*** SERENATA DE SCHUBERT*** poesia




                                                       




***  SERENATA DE SCHUBERT***

I
Oh!, que doce canção que
límpida brota,
espargindo as suas brandas
harmonias...
Ela parece até trazer junto,
 em cada nota,
muitas das tristezas e as alegrias
  minhas...

II
Se queixam, nunca vistas,
minhas dores;

assim falaria minha alma, dentro
do tom...
E também em minhas lutas de
horrores,
sempre no compasso- Para
onde fores...-
cuida de tuas lutas, Deus é
sempre bom...

III
E de quem é esta voz? Ela
parece alçar-se,
junto de um lago azul e na
noite quieta...
Subir no espaço e então sumir,
evaporar-se,
ao tocar o coração pleno de amor
e fé cristã,
que se entreabre em sua sina de
ser poeta...
Ah!! não a ouvís enquanto diz
-Até amanhã?

IV
Até amanhã amor!! E o bosque
na saída
cruza, cantando, pelo venturoso
amante...
E ainda ouço o eco vago da voz
distante
parecendo dizer -Até amanhã
minha vida...
V
Porque é preciso que a luta se
acabe?
Ah, porque a natureza é assim,
 toda  artezã...
E a nota que ouvi dizendo;
 - Até amanhã-;
o coração de pronto  responde
- Quem é que sabe?..

MariaAntonietaRdeMattos.
     
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maio de 2008

*** DIANA MARIA CASADANA...*** poesia





                               

*** DIANA MARIA CASADANA...***
I
Passou...A vida
é assim: é o temporal que chega,

Ruge, esbraveja e
passa, ecoando, serra a serra...

Tudo isto no furioso
raivar da indômita refrega,

que as montanhas
abala e os troncos desenterra...

II

Diana está indo; Cibele,
que ao julgar nunca erra...

 A cortina aí  se abre
no nível que a daqui se fecha,

ela se foi como quis e;
 se uma coisa me deixa perplexa

é a força que teve
nas duas  vidas  que encerra...

III

Mas o pranto,
afinal, que essa cólera  berra...

Tomba: é a chuva
que cai e que a planície rega...

E a cada gota,
ali, cada gérmen se apega

Fecundando,
a minar, toda a alagada terra...

IV

Ah... Nossa Diana,
comandante de mar e de vida...

Que por amor à
musa dos sonhos, sua soberana...

Zarpou na maior
das  viagens, mas como veterana,

Vai em rumo certo
e seguro ao encontro de sua Ana,

deixando apenas
o vazio só restou-nos a despedida
...

V

Minha amiga  agora
  é saudades. Os olhos  aperto,

e lá dentro a emoção
sem  angústias supremas,

sente-se livre após
um um grande choro aberto...

VI
Vai em paz, amiga
a quem devo muitas  gemas...

Alma fecunda enfim
nestas lágrimas que verto...

Estáras viva entre nós,
as CD's;  e aqui, em meus poemas!


Homenagem à MPV em seu passamento
maio de 2008
 
MariaAntonietaRdeMattos.
     
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   mariahantonieta2003@yahoo.com.br 


    

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*** BEIJOS... *** poesia




                                                


*** BEIJOS... ***
I
 
Os pássaros mais velhos
e esquecidos,

os que morrem,
para onde será que vão?

Em que lugar
poderão estar escondidos

mortos
aprisionados ou adormecidos

aqueles  beijos
que nunca se dão?...

II
Nascem e vendo
a prisão que os separa,

procurando
achar uma saída correm...

Mas  nascendo
em um mundo de tara;

já adoecem  meus beijos,
e logo de cara;

assim que nascem,
adoecem e morrem..
III
E em vão,
 como se fosse um vampiro,

este beijo 
aos meus lábios chegou...

E uma grande verdade,
que admiro:

- Você sabe dizer
 o que é um suspiro?

É um beijo triste
  que não se entregou...

V

Que lábios são estes,
tão carcereiros,

com mil cadeias
e com tantos ferrolhos?

Aprisionam
os beijos por dias inteiros,

e os deixando então,
assim prisioneiros,

os vejo  implorando
sair com os olhos...
 
VI
Mas que são afinal a bocas?
São ninhos...

E os beijos?
Ah! são como pássaros rocas...

Desde os seus ninhos
e buscando carinhos,

saem à procura
e à busca de outras bocas

VII

E se inquire assim;
em cadeia sepulcral...

Porque  querem  trocar de ninho
as aves?
 
Ah!! porque
as tratas sempre muito mal...

Você que tendo como seu;  
todo o ninhal,

solte as aves dos beijos
...Tens as chaves ...
MariaAntonietaRdeMattos.
     
http://mariaantonietta.multiply.com/
   mariahantonieta2003@yahoo.com.br

maio de 2008