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Amigos, Sejam benvindos em meu blog. Sou a Maria Antonieta Rodrigues de Mattos. Sou uma transexual paranaense desejosa de criar amizades. Este blog não tem conotação sexual de nenhuma espécie, se você está a procura disto, sinto muito, veio ao local errado. Espero que sua estada aqui seja motivo de alegria para você...e para mim também.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
*** MÔNICA CONFUSA...*** prosa
*** QUO VADIS? *** poesia
*** QUO VADIS? ***
Perdida num fim de mundo, sozinha e com minha dor;
Perdida num fim de mundo, sozinha e com minha dor;
dos confins e com espanto profundo, vejo elevar-se um celeste esplendor...
É Ele!! Uma aparição perturbadora, que com rosea face se faz...
E avança com a mão protetora, e em atitude de benevolencia e de paz...
Me enclino ante o Ser querido, demonstrando ternura e temor...
Exclamo então com acento comovido: - Onde vais...Senhor?
A Roma em que os mártires souberam, de suplícios heróicos perecer;
é hoje o que os Césares quiseram...Templo da luxúria e do prazer...
Ali temos Pedro o pescador; que um dia predicou a humildade...
Mas hoje está coberto de esplendor, e ostentando poder e majestade...
Como feroz e fiel cópia dos pagãos, este Santo Inquisidor;
queimou na fogueira seus pobres irmãos: - Onde vais Senhor?
Lá nos templos onde o culto impera; existe apenas a vaidade...
Muito poucos são aqueles que com fé sincera, adoram a tua verdade...
O mundo com seu sangue "redimido", vinte séculos depois não é sincero...
Está pervertido na verdade... Mais pagão que ao tempo de Nero...
Ante o altar da deidade impura, ufana vive a juventude...
Contrária ao amor se conjura, proclamando o prazer como virtude...
As antigas barbáries subsistem, não mudou com a idade...
Escravidão e o tormento ainda existem, é mentira o propalar da igualdade...
Hoje e antes os povos da terra, se armam para a traição...
Se eleva o monstro da guerra, com a bandeira do espanto e da confusão...
Cega e fatal a humanidade, está atolada nos antros de horror...
E duvida, de si mesma horrorizada, então... Onde vais Senhor?
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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novembro de 2008
*** CONFISSÃO...*** poesia
*** CONFISSÃO...***
I
Mil vezes
com palavras de pura doçura;
esta linda paixão
comunicar-te ansio...
Mas
que palavras falarei com tal brio;
que não tenha rodeado
a impostura?
II
Penetre
em tí calada a minha ternura;
sem parar um átimo
no menor desvio...
Como
Como
se fora um raio de lua em um rio;
feito aroma sutil
na atmosfera pura...
III
Abre-me
então a alma silenciosamente...
E como pensamento
estarei em tua mente;
com todo meu sonho
realizado e satisfeito...
IV
IV
Porque
terei felicidade correndo nas veias...
e mesmo que tenha
que sofrer, me creias;
o coração mal caberá
a bater em meu peito...
MariaAntonietaRdeMattos.
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mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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dezembro de 2008.
*** SONHANDO... *** poesia
*** SONHANDO... ***
I
Sou Ella...!
E dou passos de menina...
Sinto tremor
com o roçar do vestido...
E estando no céu
como raio dividido,
com o roçar do vestido...
E estando no céu
como raio dividido,
meu espírito
liberto se ilumina...
II
liberto se ilumina...
II
Mil ânsias tenho
com a luta repentina...
com a luta repentina...
Sinto o que é lembrança
e não apaga...
e não apaga...
Pois circulando nas veias
o tesão me embriaga;
o tesão me embriaga;
viciante sim,
tão ou mais que cocaína...
III
tão ou mais que cocaína...
III
Assim sou eu,
do jeito que meu ser quer...
Enjaulada
numa prisão aterradora,
numa prisão aterradora,
sem poder soltar
em mim, esta mulher...
IV
em mim, esta mulher...
IV
Peço à Deus
nas orações, ao me ajoelhar...
nas orações, ao me ajoelhar...
Pois receio abrir
esta caixa de Pandora...
esta caixa de Pandora...
Oh Deus !
Ser mulher...Poder voar...
Ser mulher...Poder voar...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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dezembro de 2008
*** DEIXA...*** poesia
*** DEIXA...***
I
Olha, não
chores a incompreensão
que tanto causa o teu pranto...
Pela sina
da dor e do quebranto
que juntos laceram teu coração...
Todo meu amor
e minha admiração
e minha admiração
são bálsamos para tua vida ferida...
E se a ignorância
continuar atrevida,
continuar atrevida,
negando à ti a vitória tão merecida,
eu te cubro toda de flores
em botão...
em botão...
II
Sou a dona de um formoso jardim,
onde coabitam a beleza e a calma...
Deixe, amor,
para outrem a dura palma
de descobrir roto, o mentiroso festim...
Tenho rosas,
tenho cravos sem fim;
serás feliz como ninguém foi...nenhuma!
E ainda virão
reverenciar tua fortuna,
aqueles tolos que no final da jornada
acabam esfumaçando e sendo um nada;
com sua existência infeliz
e inoportuna...
III
III
Só não vivas
por aí de modo indefeso
e nunca ignores que o mundo é coeso...
De amor
nunca digas que ele entende...
nunca digas que ele entende...
Aos que são bons,o mundo agride e ofende,
pagando com a ignorância
e com desprezo...
MariaAntonietaRdeMattos.
dezembro de 2008
*** AMOR A DUAS *** poesia
*** AMOR A DUAS ***
I
Bela e graciosa, com toque
infantil,
assim Ella nasceu, e é assim que
a tenho...
Forjada ela foi com o aço do
empenho,
de todo meu querer franco e
juvenil...
infantil,
assim Ella nasceu, e é assim que
a tenho...
Forjada ela foi com o aço do
empenho,
de todo meu querer franco e
juvenil...
II
E, com um aroma doce e viver
sutil,
sua alma terna com um mudo
lamento,
é livre e voa, como um
pensamento,
sem se importar com o meio frio,
hostil...
E, com um aroma doce e viver
sutil,
sua alma terna com um mudo
lamento,
é livre e voa, como um
pensamento,
sem se importar com o meio frio,
hostil...
III
Ella não é só filha de minha
fantasia;
e não conheço outra mulher tão
bela...
E Ella se vê sozinha, como aquela
estrela
que brilha ao longe, anunciando novo
dia...
fantasia;
e não conheço outra mulher tão
bela...
E Ella se vê sozinha, como aquela
estrela
que brilha ao longe, anunciando novo
dia...
IV
Ella se apaixonou e vive um doce
querer na vida...
Sol brilhando ao longe, onde começa o
albor;
e Ella deixando para trás a mágoa e o
horror,
é uma mulher vitoriosa, e pelo amor
vencida...
querer na vida...
Sol brilhando ao longe, onde começa o
albor;
e Ella deixando para trás a mágoa e o
horror,
é uma mulher vitoriosa, e pelo amor
vencida...
MariaAntonietaRdeMattos.
dezembro de 2008
*** SOBRE O LAGO...*** poesia
*** SOBRE O LAGO...***
I Salve o lago azul; um ninho de vertentes,
que em meio de antigas sabinas, extrai de suas águas transparentes;
a sonolência e as cores divinas...
II
II
As raízes preguiçosas em brejeirice,
com seus troncos tão altos e velhos, estendem em sua serena superfície,
que forma aqui e alí rotos espelhos...
IIIE as muitas centenas de mananciais,
IIIE as muitas centenas de mananciais,
teu seio rasgam em roda que gira...Entesouram em alvéolos e cristais,
de pura pedra de esmeralda e safira...
IV
IV
E sendo fluídos lentamente se esmeram
mui lentamente na areia que revolvem...São espirais e tua paz não alteram,
e junto de ti prontamente se dissolvem...
VComo se fossem as naves de igrejas começadas,
VComo se fossem as naves de igrejas começadas,
feito bosques de árvores militares; prontamente se elevam retratadas;
em filas de reflexos seculares...
VIE então, demonstram os rudes filamentos
VIE então, demonstram os rudes filamentos
de seus troncos os séculos vividos; combatentes perdidos nos ventos,
os musgos em montes encanecidos...
VIIComo é encantador quando em meio à tarde;
VIIComo é encantador quando em meio à tarde;
abraza o sol para morrer...Olhando o incêndio que ao longe arde,
em imenso cristal resplandecer...
e sem nada para perder...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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dezembro de 2008
*** SOU SAUDOSISTA*** prosa
*** SOU SAUDOSISTA***
Sou saudosista. Talvez essa seja uma característica interna mais marcante. Não sei se herdei isso geneticamente, se é do meu mapa astral, se foi da criação... mas o caso é que eu não consigo me desligar do passado, por mais que o presente seja muito melhor.
Até hoje tenho quase todas as minhas agendas-diários da época do colégio e volta e meia recorro a elas para ver o que eu fiz em tal dia de tal ano... e então me pego em uma viagem no tempo, de risos e de lágrimas, que às vezes dura dias.
Cartões de aniversário eu tenho aos montes, por mais que eles digam a mesma coisa ano após ano. Simplesmente não consigo jogar fora algo carinhoso que alguém escreveu para ou sobre mim. As minhas poesias...Ah, eu tenho dois cadernos daqueles brochura. São dois cadernos cheios até a tampa com poemas e poesias. Eles retratam várias épocas, varias disposições de espírito desta pessoa, tão falível que sou, no decorrer dos anos.
Tenho pensado muito a respeito disto tudo. Realmente têm pessoas mais desprendidas que as outras, que não acumulam nada, desapegadas mesmo. Acho que essas pessoas devem ter também mais facilidade para se libertar das emoções porque eu, simplesmente não consigo concordar que um sentimento possa mudar de um momento para o outro. Concordo que as pessoas ficam diferentes, mudam de opinião, mas isso não é de repente, leva tempo.
Se eu escrevo – por exemplo – uma carta de amor hoje, com certeza vou continuar sentindo o que a motivou por bastante tempo, os meus sentimentos não são efêmeros, eles duram muito, até que apareça uma outra emoção mais forte para colocar no lugar, seja ela de raiva, de paixão, de indiferença ou do que for. Mas certamente enquanto o amor durar, eu não terei a menor intenção de me desfazer das lembranças “palpáveis” e elas ficarão guardadas em um lugar bem acessível, que eu possa rever na hora que der vontade. Sou uma pessoa que entra "de cabeça" nas relações. Guardadas as proporções, claro, sou confiada e, se gosto, confio sem questionamentos. Sou uma daquelas candidatas a sofrer muito se errar o pulo.
Guardo meus discos de vinil da infância, os livros da coleção de contos de fadas e os livros do Monteiro Lobato que tanto povoaram a minha infância. Nossa, tenho uma valise com bilhetinhos trocados com meus amigos de diferentes anos de escola, um chumaço do pêlo do Rex, meu pastor que morreu, cartas à mão da época que ainda nem existia internet, declarações de amor, e-mails, scraps, retratos e mais retratos... e dou valor a quem faz isso também.
Guardo meus discos de vinil da infância, os livros da coleção de contos de fadas e os livros do Monteiro Lobato que tanto povoaram a minha infância. Nossa, tenho uma valise com bilhetinhos trocados com meus amigos de diferentes anos de escola, um chumaço do pêlo do Rex, meu pastor que morreu, cartas à mão da época que ainda nem existia internet, declarações de amor, e-mails, scraps, retratos e mais retratos... e dou valor a quem faz isso também.
Outro dia encontrei, por acaso, um dos meus melhores amigos de adolescência, e ele falou que ainda tem todas as cartas que eu escrevi para ele quando fizemos intercâmbio. Fico tão feliz de saber coisas assim, dá a sensação de que você foi importante para alguém a ponto dessa pessoa guardar uma lembrança sua, por menos que você faça parte da vida dela atualmente.
Claro que não é pra ser radical, como a minha avó, que guardava até as caixas de sapato, ou a mãe de uma amiga, que diz que nunca vai fazer plástica porque aquelas rugas são parte da história dela rsrsrs.. Eu conservo apenas o que me fez feliz algum dia. Minha vida não é só o presente, mas também o que já vivi e o que ainda viverei. Tudo fica bem guardado no coração, mas coloco também na gaveta, as recordações do passado. E gente, na cabeça, os planos para o futuro...
Claro que não é pra ser radical, como a minha avó, que guardava até as caixas de sapato, ou a mãe de uma amiga, que diz que nunca vai fazer plástica porque aquelas rugas são parte da história dela rsrsrs.. Eu conservo apenas o que me fez feliz algum dia. Minha vida não é só o presente, mas também o que já vivi e o que ainda viverei. Tudo fica bem guardado no coração, mas coloco também na gaveta, as recordações do passado. E gente, na cabeça, os planos para o futuro...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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dezembro de 2008
*** SOFRENDO...*** poesia
*** SOFRENDO...***
I
Tú despertastes a alma rota e ferida,
desta pobre que perdida
em desventura...
No horrível
e escuro gólgota da vida,
sorvia com pesar um cálice
de amargura...
II
II
Com toda indiferença a meu fatal castigo,
a porta da parca dava um
frio na espinha...
Mais infeliz eu era
que um reles mendigo,
mais orgulhosa que uma
grande rainha...
III
III
E porque te amei, estive sob teu jugo,
enegreci mais minha
detestável história...
Quem nasceu com entranhas
de verdugo,
só dando tormentos encontra a glória..
IV
IV
Antes de te amar apaixonada e em delírio,
vivia com meus pesares,
mas resignada...
Hoje minha vida é de sombras
e martírio;
hoje sofro tudo que sofre uma condenada...
V
V
Perdi toda a fé em minha vida pesarosa,
sob meus pés um abismo em
cada porta...
Creio ser feliz a sina de quem
repousa;
no esquecido lugar de quem
se acha morta...
VI
VI
Nascer, crescer e morrer em um torvelinho,
no orbe deste mundo que o
destino encerra...
Que importância terá o final
Que importância terá o final
do caminho,
se vou apenas me tornar o
pó da terra?
VII
VII
O que é a tempestade? O que é a bonança?
Nada vai ter crédito em uma vida
vã e torta...
Já se acha morto o coração;
Já se acha morto o coração;
e a esperança,
dentro dele também se encontra
morta...
morta...
VIII
Sabes porque te amei? Acreditei no destino!
Achei que te sufocava o
mesmo desencanto...
Ah! E toda ébria de amor imaterial
e divino,
quis eu mesclar o teu pranto ao
meu pranto...
IX
IX
Diz, por piedade...Que mal te hei causado?
Porque me deixastes só nesta
tempestade?
Se apossar do coração tolo e
Se apossar do coração tolo e
desgraçado,
para brincar com ele é muita
crueldade...
X
X
Fostes a fonte de minha fé, todo o arranjo
que eu contruí com um coração
rendido...
E misturei a natureza mística de
E misturei a natureza mística de
um anjo
com o vigor terreno de um lúcifer
caído...
XI
XI
Minha alma infeliz e a tua se encontraram,
como o bem e mal em batalhar
eterno...
Uma luta que Deus e o Diabo
Uma luta que Deus e o Diabo
forjaram
e cá estamos nós, entre a glória
e o inferno
XII
XII
Só quero arrancar dos meus olhos a venda,
e voltar a ter de novo a minha
perdida calma...
Tirar-te de mim mesmo que
Tirar-te de mim mesmo que
compreenda,
que agindo assim estarei arrancando
a alma...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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março de 2001
*** LINDO DIA...*** poesia
*** LINDO DIA...***
I
I
Atenta apenas
em minha quimera,
não reparava ao redor
não reparava ao redor
e um dia;
me surpreendi com a primavera;
me surpreendi com a primavera;
que para todos os lados
sorria...
II
II
Brotavam em tudo
verdes folhas;
de gemas verdes da
de gemas verdes da
ramagem...
Flores brancas ou aniz,
Flores brancas ou aniz,
sem escolhas;
alegravam a pintura
da paisagem...
III
E como uma chuva de
III
E como uma chuva de
flechas de ouro,
o sol reina sobre as frondes
juvenís...
Desde o amplo rio em
caudal sonoro;
se espelham luzes nos
sinamômos gentís...
IV
Por trás desta beleza está
IV
Por trás desta beleza está
a primavera,
que vejo brotar como uma
que vejo brotar como uma
pantera
que no cio faz a a sua maior
que no cio faz a a sua maior
honraria...
V
Já é tarde para a derrotar
a covardia?
E ao pensar, a dúvida deixa
E ao pensar, a dúvida deixa
esta fera;
está lindo lá fora...
Faz um lindo dia...
MariaAntonietaRdeMattos.
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dezembro de 2008
*** CHAPEUZINHO VERMELHO...*** prosa
*** CHAPEUZINHO VERMELHO...***
Há algum tempo eu escrevi uma pseudo paródia; onde envolvia o conto do anão malvado Rumpelstiktin, baseando-me no que contava a estória original. Depois da estória narrada, dei tratos à bola e satirizei a situação, "aprontando" uma malvadeza com a infantilidade do conto. A nossa infância, queridos amigos e amigas, nos remete por vezes a realidades pouco... reais...rsrs. Mas a "imbecilidade incipiente" destes contos pode ser meramente retórica de linguagem para deixar campo livre. Uma análise um pouco mais profunda pode ser vista no conto de Perrault... a estória de Chapeuzinho vermelho...
Eu lí o livro que conta o conto de Chapeuzinho de autoria de Perrault, na versão original. Vários outros contistas adaptaram e ou se basearam no autor e tergiversaram...Por exemplo, os irmãos Grimm, em 1812, escreveram "Rotkäpchen" numa versão própria de um conto oral nascido na região dos Pirineus e do Tirol, e alguns de seus elementos básicos foram encontrados ainda em contos do Japão, Coréia e China.
Em seu trabalho de compilação dos contos infantis ouviram o relato oral da huguenote francesa Jeanette Hassenpflug, que narra "Le Chaperon Rouge" - do citado Charles Perrault, escrito em 1697. Outra de sua fonte foi a peça com o mesmo tema "Leben und Tod des kleinen Rotkäppchens: eine Tragödie", escrita em 1800 pelo escritor romântico alemão Ludwig Tieck, que foi quem introduziu em sua versão o personagem caçador que salva Chapeuzinho e a vovó.
É um conto rico de emoções, suspense e várias possibilidades de final. Até os próprios Grimm oferecem a versão alternativa da reação da vovó que salva-se e à neta, sem a interferência de nenhum homem, introduzindo a idéia da emancipação feminina - aliás presente na versão italiana inicial. O engraçado, queridos, é que para tudo hoje se acha uma veia ou chave, que abre as portas para "arrotar" uma incipiente liberação da mentalidade e da posotura feminina; repararam?
Contudo o que realmente se salva nesse enredo são as muitas particularidades e aspectos humanos que aborda: laços de família, a questão da obediência ou desobediência aos pais, a iniciação à independência, a adolescência feminina, a sexualidade e o estupro, a ordem social contra o heroísmo feminino e masculino, travestismo, morte e renascimento, e até mesmo canibalismo. E acima disto tudo, com pitadas fortes, a malícia...
Houve, amigas, e é quase desconhecido este fato, até um movimento nas escolas alemãs do século XIX, no sentido de colocar o conto numa espécie de lista negra devido a seu conteúdo de cunho fortemente sexual, embora os Grimm tenham diminuído muito essa faceta em sua versão, mais presente nas versões anteriores.
Em meio à tantas discussões que geralmente se acendem, quanto às condutas modernas, me vêm à mente algumas perguntas: onde estão as vovós contemporâneas, tão importantes figuras para contar esse conto diretamente nos ouvidos de suas netinhas, fascinando-as com o tom de ameaça das perguntas sobre os olhos, o nariz e a boca... tão grandes?
Onde fica a oportunidade de captar a essência mítica de questões como o que é certo e o que é errado, o que é a preservação da integridade, onde fica a prudência como virtude? Porque será que em todo conto de natureza infantil, tem-se uma situação que beira ao ridículo ou... ao sexual voltado geralmente, e faço pose para dizer... para a malícia? Daí um gancho para se rever e puxar o cordão que fica à mostra.. E como disse certa vez Lord Byron, " A sociedade é como uma mansarda podre; Chutem a porta e puxem o cordão... A estrutura toda cede..."
Bem, as crianças adoram contos. Creio até que seja, sim, preciso contar a estória, manter o mito, pois a natureza humana conserva-se igual à daqueles tempos, até hoje. Até porque o lobo exerce ainda seu fascínio e Chapeuzinho mora na alma de toda menininha que sempre teima em querer levar os doces para a vovó - e não bem pela estrada da floresta...
Em seu trabalho de compilação dos contos infantis ouviram o relato oral da huguenote francesa Jeanette Hassenpflug, que narra "Le Chaperon Rouge" - do citado Charles Perrault, escrito em 1697. Outra de sua fonte foi a peça com o mesmo tema "Leben und Tod des kleinen Rotkäppchens: eine Tragödie", escrita em 1800 pelo escritor romântico alemão Ludwig Tieck, que foi quem introduziu em sua versão o personagem caçador que salva Chapeuzinho e a vovó.
É um conto rico de emoções, suspense e várias possibilidades de final. Até os próprios Grimm oferecem a versão alternativa da reação da vovó que salva-se e à neta, sem a interferência de nenhum homem, introduzindo a idéia da emancipação feminina - aliás presente na versão italiana inicial. O engraçado, queridos, é que para tudo hoje se acha uma veia ou chave, que abre as portas para "arrotar" uma incipiente liberação da mentalidade e da posotura feminina; repararam?
Contudo o que realmente se salva nesse enredo são as muitas particularidades e aspectos humanos que aborda: laços de família, a questão da obediência ou desobediência aos pais, a iniciação à independência, a adolescência feminina, a sexualidade e o estupro, a ordem social contra o heroísmo feminino e masculino, travestismo, morte e renascimento, e até mesmo canibalismo. E acima disto tudo, com pitadas fortes, a malícia...
Houve, amigas, e é quase desconhecido este fato, até um movimento nas escolas alemãs do século XIX, no sentido de colocar o conto numa espécie de lista negra devido a seu conteúdo de cunho fortemente sexual, embora os Grimm tenham diminuído muito essa faceta em sua versão, mais presente nas versões anteriores.
Em meio à tantas discussões que geralmente se acendem, quanto às condutas modernas, me vêm à mente algumas perguntas: onde estão as vovós contemporâneas, tão importantes figuras para contar esse conto diretamente nos ouvidos de suas netinhas, fascinando-as com o tom de ameaça das perguntas sobre os olhos, o nariz e a boca... tão grandes?
Onde fica a oportunidade de captar a essência mítica de questões como o que é certo e o que é errado, o que é a preservação da integridade, onde fica a prudência como virtude? Porque será que em todo conto de natureza infantil, tem-se uma situação que beira ao ridículo ou... ao sexual voltado geralmente, e faço pose para dizer... para a malícia? Daí um gancho para se rever e puxar o cordão que fica à mostra.. E como disse certa vez Lord Byron, " A sociedade é como uma mansarda podre; Chutem a porta e puxem o cordão... A estrutura toda cede..."
Bem, as crianças adoram contos. Creio até que seja, sim, preciso contar a estória, manter o mito, pois a natureza humana conserva-se igual à daqueles tempos, até hoje. Até porque o lobo exerce ainda seu fascínio e Chapeuzinho mora na alma de toda menininha que sempre teima em querer levar os doces para a vovó - e não bem pela estrada da floresta...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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dezembro de 2008
*** AI DE QUEM...*** poesia
*** AI DE QUEM...***
I
Ai de quem aqui
chega sedento,
e olhando para a água a correr,
e olhando para a água a correr,
diz em tom
de puro abatimento:
de puro abatimento:
- A água só me causa sofrimento,
pois não mitiga
a sêde ao beber...
II
Ai de quem dela bebe e saciada,
II
Ai de quem dela bebe e saciada,
despreza depois
a vida...
Moeda ao ladrão deu emprestada;
e agora se encontrando
sem nada,
pode considerá-la perdida...
III
Ai daquele incauto que suspira,
III
Ai daquele incauto que suspira,
e que se acha acima
do sofrer...
Ou daquele tolo que crê
que a lira,
só tocará para seu deleite
e prazer...
IV
IV
Ai daquele enfraquecido peregrino
que resolveu parar
para meditar...
Que após vencido um grande
caminho,
sentiu na alma o horror
de chegar...
V
V
Ai da tristeza,
solidão e melancolia;
fonte de choro e sofrer onde moram...
E alerto também a
fonte de choro e sofrer onde moram...
E alerto também a
megalomania,
de imperadores que assim se
arvoram...
VI
VI
Ai do incauto integrando a coluna,
que ronda a noite,
achando-a bela...
De quem apaixonado não coaduna,
nem vê a destruição
que vem com ela...
VII
VII
E ai daquele que ao fruto
prendido,
nas ramas da árvore não
alcançou...
Ou ao que o fruto tendo
Ou ao que o fruto tendo
mordido,
derrotado terminou,
surpreendido,
e só o gosto amargo de fel
provou...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
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dezembro de 2008
*** VELHO HOSPÍCIO... *** poesia
*** VELHO HOSPÍCIO... ***
I
Lembro-me do hospício ruinoso e velho,
instalado no casarão ...
Alí as gralhas se aninham nas enegrecidas telhas...
Durante o inverno são numerosas como abelhas,
sumindo depois, no verão...
II
II
Seu frontão forte como uma fortaleza,
tem temerosos paredões...
Rincão sem beleza; assim é o velho hospício...
Gretados muros existem no sórdido edifício,
Gretados muros existem no sórdido edifício,
entre vários torreões.
III
III
Enquanto o sol de julho uma
débil luz envia,
à sua volta estalam de frio os campos ermos...
Animados por quase nada, alguns enfermos
assomam para o pátio atônitos,
ao fim do dia...
IV
IV
Vejo-os a contemplar o dia
prester a morrer,
com feições de falsa alegria e viver tediosas...
suas almas e a do hospício estão silenciosas...
suas almas e a do hospício estão silenciosas...
Assim também é a angústia
do meu sofrer...
MariaAntonietaRdeMattos.
http://mariaantonietta.multiply.com/
mariahantonieta2003@yahoo.com.br
dezembro de 2008
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dezembro de 2008
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