quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

** FIM DE DIA...*** poesia




                                     
                                 
                                                ** FIM DE DIA...***
I

Está indo o sol
para outros horizontes;
sua aura invadindo
a noite sombria...
E aqui se perde,
em sombras os montes;
apagando-se a luz
do moribundo dia...


II


Reina no campo
plácida saciedade,

flutua a névoa
formada pelo rio...
E ao suprir
o campo de umidade,
cai de madrugada
em límpido rocío...

III

Esta é  a hora grata
do feliz repouso,

fiel amiga e precursora
da noite grave...
Volta à sua casa
o lavrador operoso,
o gado ao curral
e ao ninho sobe a ave...


IV

Eis uma hora também;
meio indecisa,

que povoa todos os sonhos
no espaço...
Nos ares pelo sopro;
vindo da brisa,
formam aqui e alí,
fantásticos palácios...


V

E Vênus de través,
no horizonte aparece

na abóbada do céu,
em zafírios camafeus...
É tanta a beleza que
dalí resplandece,
que estremece a alma
desta filha de Deus...

VI

Luzeiro de puro amor,
  raio prateado e
claridade misteriosa;
que queres tu de nós?

Será que sois 

o espírito encarregado,
de mostrar-nos talvez
que não estamos sós?


VII

Das muitas recordações
e doçuras tristes

vens trazer p'ra alma
um mero consolo;
ou de esperança
e com tua luz assistes

os erros do ser humano

fraco e tolo?

VIII

Saibas, tarde melancólica
que eu te amo...
Às tuas visões
venho  fazer meu rogo...
Tua serena calma que
não conhece o viver profano,

 pode tirar de meu coração
 todo este triste fogo...
Pois sentir ódio,
ou amor demagogo;
em nada me ajudará
quando me for deste plano...
MariaAntonietaR de Mattos



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julho de 2009

*** INTERMEZZO...*** poesia




                                   



*** INTERMEZZO...***

I
Não tenho paz
e muito menos  a guerra;
pelo fogo fui devorada,
sofrendo de frio...
Me abraço ao mundo
e ele está tão vazio,
me lanço ao céu;
prisioneira  na terra...

II


Não sou livre mas
a  prisão não me encerra,
vejo sem qualquer luz,
por palavras ansío...
receio por isto esperar,
sem prazer me rio
pois nada tem valor e
nada também me aterra..

III

busco ao perigo
enquanto auxílio imploro;
ao sentir que morro,
me acho muito forte,
valente penso ser mas,
 consolável choro...

IV

E cumpre-se assim
minha ordinária sorte;
sempre aos rastejos
deste ser que adoro,
e que não quer de mim
  a vida... e nem a morte!!...
  MariaAntonietaR de Mattos
julho de 2009

***TESÃO...*** poesia




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***TESÃO...***
I

Feliz daquela que
perto de ti respira;

 ouve o eco grave
de tua voz sonora..

Aquela que o hálito
de tua risada adora;

que o brando aroma
de teu alento aspira...

II

A ventura é  tal
que invejoso admira,

um anjo que em pleno
paraiso mora...

A alma turva,
o coração na gula devora;

e o torpe acento..
.Ahh.. ao fitá-lo expira...

III

Então...eu sou aquela 
e explode o mundo;
me olhas a  sorrir e,
me abraçando inteira,
um fogo atroz eu sinto
de amor profundo...

IV

Em vão tento resistir,
bradando mudo socorro...

Não dá...!
Me tens no tesão onde me afundo;

delirando eu gozo,
te bendigo e... morro...

MariaAntonietaR de Mattos


julho de 2009

*** PENSAR..¨*** poesia




                               


*** PENSAR..¨***

I

Noite
de tênues respiros
platonicamente ilesos:

voam uma porção de beijose aos pares os suspiros...
II
Ébrio  
de amor um zefiroenchem de ar seu  pulmão
e em sequencia disto então,
obsedem os camarotes

como
turvos  huguenotes
de umamuda migração...

III
Eis a
divina hora azul,onde cruza um meteoro...E como metáfora imploro,que esteja destinado ao sul,Ao norte,
 a oeste Estambul...

Mas longe do pecado ou dolo

que possam
ocasionar desconsolo;
esquecimentos ou ostracismos

floridos...
Apenas sonambulismos

e adeuses ditos de modo tolo..

 IV

Numa
ocasião destas emfim
meu cérebro vira um piano

de onde
um ar Wagneriano

entoa   Tannhauser sem fim;
em louco
e desmedido festim,
calçado em  antológica altura,
de caveira
turva e parida,

de dolorosa e triste mordida

da mandíbula feia, escura...

V
O mar,
como grande ancião;
pleno de rugas  te recebe frio...juntodas praias o desafio,é saber solver o ódio do coração

   MariaAntonietaR de Mattos
agosto de 2009

*** TRANS... *** poesia




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 *** TRANS... ***
I
Frio, frio, frio...
Peles, 
sofrer mudo e
 nostalgia...
Flutua no ar um rumor
que assanha,
como uma dor suada e...
muito fria!
Ela se apega de forma triste
 e sombria
sem usar de ventriloquia;
 estranha...
II


E está presente
o cinza celibatário;
pensando,
por singular telepatia...
Ah.. E a Vetusta
e causal monotonia
traz lembranças do convento,
do armário...
III

Mas resolvi...
Não tenho mais ilusões;
deixei pra trás o choro
em borbotões,
de um passado triste
dos dias meus...
IV

Eu me rio,
sou feliz e comunicativa,
é... tenho amigas,
estou muito viva;
sou transsexual,
GRAÇAS A DEUS...
   MariaAntonietaR de Mattos
agosto de 2009


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*** UM LINDO SONHO *** poesia




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*** UM LINDO SONHO ***
I
Decoração:
Uma sala semelhando uma floresta...
Uns faunos sensuais
perseguem uma linda fada...
Cantos de aves sinfônicas fazem vibrar
a orquestra...
Pagens, arqueiros, duendes
e muita gente uniformizada...

II
Os deuses do Olimpo
se acham  todos presentes...
Emblemas,cornucópias
,ouro, tesouros eternos...
Imensas massas de silenciosas e
expectantes gentes;
com santos do paraiso e os
 reis dos infernos...

III

O velho tempo
 está sentado em meio de muito som...
Heraldos e sirenas, dragões,
ogros  e sagitários...
De um lado o labirinto,
de outro o um grande Odeon;
com a Parca nele rezando
seus credos funerários...

IV
Alceu contempla Diana e Pan toca
 sua buzina.
Um centauro e um sátiro
comentam luxúrias...
hidras, pés biformes como Plutão
 e Proserpina,
Tritões e Oceânicas, Naiádes
 e Fúrias...

V
Lohengrin e o Cisne.
Cadmo transformando uma pedra;
 Pontífices, Mikados,
Kaizers, Sultões e Cavaleiros...
Margarida eternamente na roca,
Minos perto de Fedra,
Damas da corte, bruxas, nobres
e mosqueteiros...

VI
Cristo e Maomé
comentam assuntos da  terra;
Incluem o Vaticano,
a Alhambra, Meca e Roma...
Milhões de esqueletos surgem em
som de guerra,
Etcétera... pós data:
A esfinge enfim tem seu diploma...

VII
Aramís o nobre,
gentil e afoito  mosqueteiro;
pede intusiasmado o cetro
magnífico a Ulisses...
 Adornam a sala
também luxuosas cariátides...
Reais artesãos
e um incomensurável  floreiro,
onde vegetam hortências,
anêmonas vertisses...
Adelfas, orquídeas,
lótus, rosas e clemátides...

VIII
E vai começar a dança.
Então as Hadas que regem o dia,
tão doces se colocam
em imaginária alameda...
... Existem espelhos,
luzes, quadros, pedraria,
bibelôs,
cupidos, prata, mármore e sêda...
IX
E lindamente vestida,
sou a princesa encantada no jardim...
Os sêres se degladiam
me querendo para dançar...
Disputam em palavras e atos,
lutando por mim...
E então  acordo no Cruzeiro do Sul,
o telefone a tocar...
Tilintando na cabeça
 o ribombo do wisky do Odara...
Juro arrependida,
entre a dor de cabeça que não para:
NUNCA MAIS TOMO NADA...
SEM ANTES JANTAR!!
MariaAntonietaR de Mattos

agosto de 2009

*** PORQUE ...*** poesia




                                  


Porque já as minhas tristezas são
como matizes..
Sombras dos quadros onde a arte
 sempre é a luz...
Já provei as gotas da amargura,
em taça que.. reluzno néctar, sumo  falso, enganoso 
das horas infelizes...
IIPorque ao abandonar-me com a
santa inconsciência
de uma frágil tábua que flutua, no
mar bravio da vida...
Vendo a maldade do mundo, toda
esta horrível violência,
afastei-me da árvore malévola
tendo  a competência;
de fechar meus lábios para esta
maldita fruta proibida...
III
Porque soube vestir-me com uma
branca roupagem;
 na minha pequenez ingênua,
aspirei o selvagem
aroma dos campos, embriagando-me
 toda de sol...
Soube olhar para o pássaro e para
a estrela que luziu...
O mesmo pássaro que um dia, cantando suas
mazelas, sorriu..
E a estrela que uma noite, foi para mim
brilhante como um farol..
IV
E porque já me destes a calma, tão
desejada e suficiente;
Porque me destes vida e o dom supremo, de
uma rizada franca...
Sobre uma pedra branca vou posar e
 escrever contente...
E ao ir para longe um dia, deixarei
uma outra pedra branca...
 MariaAntonietaR de Mattos
setembro de 2009

*** PORQUE NÃO RIS? *** poesia





                                                         

                *** PORQUE  NÃO RIS? ***
 I 
Amor meu, quando por vezes
tu serenas e
 enfeitas de riso puro o teu
semblante...
Fazes então  feliz
esta tua amante,
tirando dela seus males
e suas penas...

Basta apenas abrir teus lábios
como eu sempre quis...
Ah.. amor meu, porque então
 tu não ris?
I I
Se enquanto estás tão radiante
assim festivo,
Este grande prazer o faz
muito mais gracioso...
Te apresentas mais forte, muito
mais formoso,
sendo do mesmo amor,
o exemplo mais vivo...

Como não há quem te contrarie..
Se és como os sábios,
porque vai  embora, o doce sorriso
de teus lábios?
I I I
Diga-me meu amor, porque
sempre afastas
de todo e qualquer primor,
teu alegre cenho?
Estás acaso imbuído mesmo,
de todo empenho
em aumentar minhas dores
já tão nefastas?

Quem, tantos desgostos
assim te deu..
Que te priva assim de sorrir,
amor meu?

IV
Deixa de lado este sofrer,
esta raiva, deixa..
Muito me entristece ver-te assim
tão irado
amor do semblante amado...
Não dês lugar ao pranto sofrido
ou à queixa...

Se pois, nenhum tormento mais
te provoca
Porque ocultar o lindo sorrir
de tua boca?

V
Porque então com crueldade
 me negam,
o lisongeio deste teu sorrir?..
Cesse este desgosto...
Saibas amor amado que eu tenho é
muito gosto,
quando risonho, teus labios enfim
se despregam...

Ah, amor, suplico-te que te alegres
 de modo
que nós dois possamos  sorrir,...
o tempo todo.
MariaAntonietaR de Mattos
setembro de 2009

*** PRELÚDIO *** poesia




                                            



Também a alma tem, em sí,
suas distâncias,existindo nela, uma graduação
com o passado...
Toca em uníssono com os confins
do sonhado;
uma linhagem definida com
penas e constâncias..,

II
Está neste horizonte; soldado  
ao firmamento,a sujeição total das memórias  
e percepções...
E eu não sei precisar onde começa
o fingimento;
esta chaga cruel e perene  fonte
que origina o sofrimento,
e onde por fim termina 
a realidade das recordações...
IIIA azul diafanidade que existe 
na distância;no quadro, àfinal exposto, então
se reparte...
E vejo em duas, separando-as a
pátina da arte,
Aqui vejo minha juventude, lá.. a
minha infância,
 
IVEste tom de tempo
trás coisa diáfana e asceta,

 que as tintas e a luz, deixam
na pintura...
Dá a certeza de afirmar, que quando
se completa,
torna rugosa e esmaecida, a cútiz
que afeta,
e à tez primorosa da virgem, dá
toda a frescura...
MariaAntonietaR de Mattos

setembro de 2009